segunda-feira, 29 de junho de 2015

A Morena



Enquanto Duluoz esta nas minhas mãos,
Minha boca ressoa as palavras sinceras de um sincero sonhador.
Quando as paginas fecham-se por momentos,
Observo-a,
A noite se aproxima, ela estacionada,
Nas estações, as vi passar e muda-la,
Quando suas folhas enfeitaram
E os pássaros podiam se aconchegar na sombra,
E quando enfim elas se foram,
Uma a uma, sem adeus ou explicação,
Eu olhei.
Hoje, sem entender, interessei-me,
Por esta seca aroeira,
Mas de uma beleza insensata,
Incompreendida.
Ali, fazendo figuração pra luz da lua,
Protagonista de uma das mais loucas paisagens,
Esperando por mais um passar de tempo.
Esta, aqui ao meu lado, acredita nas suas maravilhas,
Próprias maravilhas de uma esquecida.
Por meses a observei,
E hoje me dediquei a descrevê-la,
Em um surto, susto, mental,
Tanto tempo enraizada, imortal.
Novamente, quando as folhas voltarem,
Nascendo uma a uma,
Ela sorrira encantada,
Majestosa,
Sem discrição alguma.
O vento dança com todas ao seu redor,
Ela não consegue mais dançar,
Seus galhos firmes,
Sua raiz profunda.
Morena aroeira, intrigante maneira,
Que me levou a pensar,
Mais uma vez, mais um por do sol,
Sempre quando não é dia,
Sempre quando não é noite,
Os sonhos, as melodias, os problemas, os temores,
Tudo em plena nostalgia me leva a lembrar,
Dos eternos,

Dos autores inspiradores.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

direitos

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Ou seja a cópia é permitida, mas não é permitido mudança e tomar como propriedade

domingo, 26 de abril de 2015

Sem saudade, sem origia

Você bebendo o Wisk que a gente dividia,
Fumando o cigarro que eu não te pedia,
Você esparramado na cama, minha cama deixada,
Aproveitando e levando as mulheres
Para te amar como jamais você foi amado,
Você tenta e pode tentar até a ultima tragada.
Só!
Só sei que apaguei as noites mais quentes que tivemos,
Que meu corpo esqueceu teu toque,
Sei que mesmo que eu embarque nos barcos cheios de pó,
E que todos estejam alucinados,
Amedrontados de lembranças,
Eu não irei mais ser teu cobertor,
Não deixa a bebida perder seu gosto,
Beba esse wisk que dividia-mos,
Tome a garrafa inteira,
E em cada gole lembre de mim,
Não só das noites que você se perdeu comigo entre os lençóis,
Nem apenas das orgias que protagonizamos com os mais pirados,
Lembre que eu,
Mesmo fora de mim estive sóbrio,
Em cada segundo que te olhei e bate a porta sem olhar para trás,

II
(...)



16 de novembro de 2013


segunda-feira, 20 de abril de 2015

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Aventureiros

Tanto pra saber sobre eles,
Todas as suas fantasias,
Fantasias,
Das mais homossexuais,
Até as heteros,
Dos seus prazeres carnais,
E dos seus prazeres espirituais.

Pareço um túnel,
Tantas informações,
As viagens de Sal até Duluoz,
Dos amores de Dean que refletem em Cody,
Da devoção de Carlo e Irwin,
Das pernas macias de suas mulheres.
Procuro tantos gestos nestas linhas,
Seus olhares,
Respiração de cada centímetro dos seus corpos.

Queria está com eles nos caminhões de estrada,
Nos campos de algodão,
Nas noites frias de Denver,
No Jazz...
Como queria está no Jazz,
Onde o corpo se movimenta.
No sax o sopro valente,
E os negros que embelezam,
Como nós amamos os negros,
O suor entre os corpos,

Nas mais selvagens e românticas noites.




(Continua)









domingo, 21 de dezembro de 2014

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sem partida

A minha cabeça explodia,
E dentro dela meus passos iam mais uma vez ao poeta,
Mas meu cansaço daquela tarde quente impediu-me.
Eu sorria aos montes,
Quando me vem às palavras mais esperadas e temidas por mim.
O poeta das mãos macias e versos de veludo havia partido
E devia naquele instante está dentro de um ônibus
Encharcado de sonhos e pensamentos adversos.
A minha alma imaginava aquele espaço vazio
E aquela fissura que trazia ao saber.
Havia agora eu em transe de lamentações
E uma cidade vazia.
Eu entrei no meu ônibus absurdo,
Ao sentar calei-me como a muito tempo não havia,
E pensei em tantas pedras que encontrei e que rimos delas.
As canções encantadoras e hostis na audição de alguns,
Lembrei-me da ferida que nasceu com falta de um abraço de boa partida
E no caminho o céu mais vermelho que eu percebi
Admirável aos olhos humanos.
Ao caminhar,
Com minhas canções,
As lagrimas pareciam chuva em um inverno turbulento,

Os insultos saiam de mim e para mim.

(CONTINUA)


C.B

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

VITROLA

A vitrola ressoa do quarto,
Eu sentido fortes dores,
Perdendo esperança de novos e lindos amores
Quando o arranhar do disco me incomoda,
Percebo que até o vento passa barulhento,
Assim como o amor que é tormento
Tempestade escondida dentro de almas,
Sem calma correm,
E destes desatinos, existem amores que vivem,
E amores que morrem.

(Continua)


Helaine Sales

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Chá com cheiro de Chuva

Quase meia noite,
Meu ultimo gole de chá,
Sinto cheiro de chuva,
E, enquanto me redobro de desejo,
Ela bate na porta em prantos.
O chá que aqueceu meu estomago faminto,
Já não tem efeito com o frio que se estabelece,
Formam-se poças de lama,
Porém menos sujas do que as almas humanas.
Uma gota invade minha cama,
Desejo molhar-me como fiz há anos,
Como meus olhos fizeram há pouco.
O Chá, o fogão tudo pálido,
Tão cicatrizados na alma desta cozinha gentil.
Muitos comemoram,
A sede que passava por tantas bocas enfim morrera,
Ou pelo menos adoecera.
Mais um dia, mais um chá, mesma vontade de entrar nas lacunas perdidas,
Perdidas pelo tempo, perdidas pela vida,
Perdidas por mim.
O barulho cada vez mais forte
A magia acompanha e me atravessa
Assim como se eu estivesse bezendrinada,
E mesmo sem nunca ter sentido o sabor,
Tenho as mais brutas e ininterruptas alucinações,
Minha mente é meu próprio alucinógeno.

Depois de noites o sono me deixou,
Deve ter ido atrás de alguma prostituta para se satisfizer,
Cansou de ver minhas noites chatas, de sonhos melancólicos,
Deve esta observando o amor feito por um casal,
Ou talvez uma criança de berros matinais.
Sono sem compaixão.
Não percebe que é nele que me refugio,
Busco esconder-me de tantas alucinações,
É nele que sinto a vida acalmar,
Mesmo nas prateleiras cheias de esterco. (...) Continua.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Memória Judia



Mais um estrondo,
Mais uma bomba caiu.
Estou aqui em pleno conflito,
Meu povo dilacerado,
Somos animais.
A cada dia que a fome nos castiga,
Que o trabalho nos tormenta,
Que a guerra prossegue,
Menos dias eu tenho,
Menos meus sonhos sobrevivem,
Menos tempo meu espírito aguenta tanta dor. 
Quantos irmãos morreram
E eu posso ser a próxima,
Quantos eu vi arrastados
Espalhados por este chão imundo da Alemanha,
Onde o nosso sangue é derramado para que eles cresçam.
Meu corpo já não suporta a tortura,
Meus dedos, poucos restaram,
Apenas o suficiente para escrever,
Para me imaginar em outro mundo em linhas.

(...) Continua.



Helaine Sales - 14/11/13




*Texto escrito por Helaine Mirian Sales de Araujo para o trabalho de história sobre segunda guerra mundial. Inspirado no sofrimento dos Judeus devastados neste período pelo nazismo alemão.